Digo (digo mesmo)



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quinta-feira, agosto 29, 2002

Saí agora a pouco da prova de desenho. Fui tri bem, deu pra segurar o A. :)


Na ida encontrei no ônibus a Teresinha, empregada que trabalha na casa da minha vó e as vezes aqui e nas minhas tias também. Ela fez quimioterapia e usa um lenço na cabeça. No pequeno trecho que caminhamos juntos ela me contou que o exame dela foi pra Alemanha ser examinado, achei bacana, principalmente pq ela disse que problema não vai voltar segundo o diagnóstico. E enquanto eu falava com ela passou o Bill, um cara muito bacana lá do cursinho que eu não via a muito tempo, mas só cumprimentei ele mal e mal pq tava falando com a Teresinha e meio atrasado pra prova.


Entre a UFRGS e a parada entrei de novo no museu de artes da faculdade que foi reformado. Só ia olhar uns quadros e seguir viagem. O primeiro que eu vi era muito forte. De 1906, mostrava uma imagem chocante de uma mulher em desespero. O segundo era uma tranquilo paisagem rural. Não deu tempo de ver esse segundo e já veio um monitor muito atencioso, achei legal esse atendimento. Mas me segurei pra nao rir: ele perguntou de que área eu era, eu disse eng. mecânica, e ele assim:

-Tu já viu a estrutura da marquise do prédio como foi feita?

Me diverti comigo mesmo simulando outras áreas e imaginando a reação dele pra cada uma:

-Faço Geografia.
-Tu já viu a incidência do Sol no andar de cima convenientemente ajustado pro equinócio?

-Faço Medicina.
-Tu já viu o nosso kit de primeiros socorros?

-Faço Publicidade.
-Tu já viu o nosso novo slogan?

-Faço Biologia.
-Tu já viu o capim que tá crescendo no canto ali fora?

O negócio é mostrar as obras de arte, e não entreter a pessoa a qualquer custo!!!!
Agradeci o rapaz cheio de boa vontade e segui meu rumo pra pegar o T7. Eu tava (e to ainda) de ótimo humor pq to desde o inicio da prova com "Beatles - Real Love" na cabeça (baixem!) e pq a joyce me ligou no fim da minha prova, pra gente se ver no fim do dia. :) No ônibus tinha um camarada de cadeira de rodas e um poema ótimo sobre um muro. E eu voltei pra casa lembrando que faz quase um ano que eu penso na Joyce todo santo dia.

Digo